O sistema educacional do Planeta está plena revolução
Na China, as aulas pararam em janeiro de 2020, mas o processo pedagógico de aprendizagem seguiu com a implementação de uma metodologia de ensino a distância alcançando mais de 240 milhões de jovens. No Brasil são mais de 35 milhões de jovens na educação básica e o principal desafio é a falta de experiência com as tecnologias educacionais.

A crise abriu uma brecha para repensar a forma de ensino
Neste tempo de pandemia, estamos diante da oportunidade de repensar o sistema tradicional de ensino, rever antigas práticas e também as responsabilidades atribuídas às instituições e às famílias. Na China, epicentro do Coronavírus, as aulas do ensino médio em Pequim e Xangai retornaram há pouco mais de uma semana, no dia 27 de abril. Apenas os alunos do ensino médio tiveram a autorização para retornar às aulas em função do "gaokao", o vestibular mais importante na educação chinesa. No país, as aulas foram suspensas no final de janeiro e desde então os chineses provocaram uma imensa revolução na Educação.

“Parem as aulas, mas não parem de aprender”; foi o lema adotado pelo governo chinês que implementou um modelo de ensino a distância alcançando mais de 240 milhões de crianças e jovens. Em fevereiro, alunos do ensino básico e superior passaram e receber tutoria online e uma plataforma virtual passou a oferecer conteúdos e recursos em áreas como prevenção do coronavírus, disciplinas curriculares, filmes e jogos.
As aulas de matemática, chinês, inglês, arte e educação física, passaram a ser transmitidas pelos canais estatais de televisão. Um site do governo divulga o calendário semanal de aulas, que começam cedo da manhã e vão até a noite.
No Brasil, para os mais de 35 milhões de alunos matriculados na educação básica (Inep/MEC 2019), a falta de experiência com tecnologias para a educação é um dos principais entraves. Até o final de março, 60% dos municípios não tinha estratégia digital para atender os alunos durante o período de distanciamento social. Este dado foi publicado no início de abril, em uma pesquisa realizada pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb).

Lúcia Dellagnelo, doutora em educação pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos e diretora-presidente do Cieb, destaca que dentre as dificuldades na realidade do nosso país a primeira é o fato de que a incorporação de tecnologias não é trabalhada na formação inicial dos professores. Segundo ela, muitas faculdades de pedagogia não tratam desse tema e não preparam os profissionais para fazerem uma aplicação bem feita.
Além disso, ela aponta que a maioria das secretarias de ensino, quando faz formação continuada com os professores, repete os conteúdos e não leva em conta a variação de competência digital entre eles. E ainda há a falta de infraestrutura para que os professores possam realmente usar computadores e outras dispositivos para aulas online.
“Tem professor que pode até levar seu laptop para sala de aula, mas não tem internet na sala, ou tem pouco tempo de acesso ao laboratório de informática. Ou seja, o próprio professor não é um usuário de tecnologia no ambiente escolar. Isso é um problema porque agora estamos pedindo para eles migrarem para um modelo que eles não tiveram muito tempo para se preparar.” - Lúcia Dellagnelo
Como será quando as aulas retornarem?
Na China houve uma tentativa de retomada das aulas em março, mas logo foi cancelada pelo crescimento de casos de pessoas contaminadas pelo Coronavírus. Lá já são 4 meses de paralisação das aulas presenciais até essa retomada que ocorreu mediante um forte esquema de precauções no dia 27/4 para alunos do ensino médio em Pequim e Xangai.
Por aqui as escolas estão sem aulas presenciais desde meados de março. Em Santa Catarina o último decreto do governador prevê o retorno para o início de junho, mas até lá esse retorno pode ser adiado diante do quadro de contaminação.
Ainda é difícil prever quando e como será o retorno às aulas, mas é possível dizer que todos estão vivendo uma grande iniciação tecnológica. Diante deste quadro, os pais e responsáveis estão tendo de participar de forma mais ativa no processo pedagógico de aprendizagem e convivendo mais com as crianças e os jovens.
O que parece ficar como lição deste tempo é a necessidade de uma Educação Híbrida: que tenha o componente presencial para socialização e seja amparada fortemente pela tecnologia como ferramenta de aprendizagem.
#Educação #JardimdaConsciência
Estamos experienciando um momento histórico enquanto humanidade, um revés que nos permite pensar sobre a 'existência' e sobre como caminhamos na Terra. Nesta Live eu apresentei uma visão sobre a Educação de crianças e adolescentes neste "novo tempo" a partir da experiência de trabalho do Jardim da Consciência nas escolas. Seja bem-vindo!